
QUERO SER…
O que eu quero ser?
Há tanta coisa para fazer!
Já pensei em muita coisa
Mas não sei o que escolher.
Já pensei ser aviador,
Voar pelos céus do mundo,
Conhecer muitos países,
Estar sempre com outro rumo.
Já pensei ser ator;
Aviador era perigoso.
O meu objetivo
Era ser um rapaz famoso.
Já pensei ser astronauta,
Viajar até ao espaço
Mas o que eu não queria ser
Era, no circo, um palhaço!
Tantas profissões…
Tanto para escolher…
Mas o que eu sei
É que não sei o que quero ser!
Não percebo
O que nos aconteceu
O que ontem era para sempre
Hoje já morreu
Como conseguiste?
Como foste capaz?
Agora vejo que mentiste
Quando disseste que nunca voltarias atrás
Dizes que não te conheço
Mas lembra-te, já conheci
Podes afirmar que não te mereço
Mas fiz tudo por ti
Não entendes
E também não queres entender
És tu que mentes
E sou eu que tenho de sofrer
Eu sempre acreditei
Tu sempre mentiste
Enquanto eu te amei
Tu apenas fingiste
Eu não quero acreditar
Eu não quero ver
Preciso de negar
Preciso de esquecer.
Beatriz Pereira
Aquela menina
Naquela tarde de Outono
Naquele banco do jardim
Uma pequena criança
Sozinha, estava ali…
A cada pessoa que passava
Ela dirigia o olhar,
À espera de alguém…
Alguém que a pudesse ajudar.
Com a cara suja
A roupa rasgada
Entregue ao abandono
Naquele banco sentada.
Tão frágil e tão forte
Tão bonita e tão maltratada…
Ali estava naquele banco
Aquela menina sentada.
Por detrás da sujidade
Um rosto de criança
Que clamava por amor
E que ainda não perdera a esperança!
Sem saber o que fazer,
A menina cantava
Para esquecer todo o sofrimento
Que a atormentava.
Sozinha, sem ninguém,
Doente e desprotegida!
À espera de alguém
Que lhe desse uma vida!
Observando a felicidade alheia,
Lá ficava a menina,
Sorrindo e chorando,
A pensar que seria assim um dia…
Apesar das vicissitudes,
Aquela menina era feliz!
E todos os dias agradecia a Deus
Aquele banco de jardim…
Leila Matos