Em 25 de Abril de 1974, conta-me o meu pai que tinha 19 anos, e já estava recrutado para cumprir o serviço militar, seguindo para a guerra colonial.
O que acabou por não acontecer graças a um grupo de jovens capitães revoltosos, fartos da guerra colonial e da ditadura conservadora fascista, implantada por Salazar e seguida por Marcelo caetano, o povo permanecia na ignorância sem saber o que significava a liberdade. O movimento dos capitães do Abril prepara cuidadosamente o plano concebido pelo Major Otelo saraiva de carvalho, que envolveu um considerável número de unidades militares de norte a sul do pais.
Estabelecido o posto de comando das forças revoltosas e difundidas as canções, "E Depois do Adeus" e “Grândola vila morena” que funcionavam como senha para o início da revolução, as unidades “rebeldes” procuraram rapidamente apoderar-se de pontos estratégicos da cidade de lisboa. Num segundo momento, uma coluna da escola pratica de cavalaria, proveniente de santarém, comandada pelo capitão Salgueiro Maia, isola a praça do comercio e corta o acesso ao banco de Portugal e aos ministérios. A rápida atuação das unidades afetas ao movimento das forças armadas apanha as forças do regime completamente desprevenidas. As que tentam opor-se desmoralizadas e desmotivadas perante a determinação de Salgueiro Maia passam para o lado dos revoltosos.
As forças da escola de cavalaria deslocam-se para junto do Quartel do Comando – geral da GNR, no largo do Carmo, para obter a rendição de Marcelo Caetano que ai se tinha refugiado a concelho de Silva Pais, diretor da polícia politica (PIDE).Apos algumas tentativas de negociação o general Spínola, mandatado pelo MFA e aceite por Marcelo Caetano, entra no quartel e obtém a rendição do presidente do concelho.
Consta que durante o período de negociação em que os ânimos estavam mais exaltados, passou uma vendedora de flores e ofereceu um cravo vermelho a um dos soldados e colocou-o no cano da espingarda. Este gesto foi seguido pelos companheiros de luta evitando algum derrame de sangue, e assim ficou conhecida na história como a revolução dos cravos vermelhos.
Texto de: Maria Lopes
Ediçao de:Inês Neves e Débora Patrícia